A Hiperplasia Prostática Benigna, HPB, é uma doença progressiva, caracterizada principalmente pela deterioração dos sintomas do trato urinário inferior ao longo do tempo e, em alguns pacientes, pela ocorrência de desfechos graves como a retenção urinária aguda e a necessidade de cirurgia para a HPB.
Hiperplasia Prostática Benigna e medicamentos é um assunto importante pela sua frequência na vida do homem idoso.
Atualmente, estão disponíveis quatro opções de tratamento medicamentoso para a hiperplasia prostática benigna: bloqueadores alfa-adrenérgicos, inibidores da 5-alfa-redutase, fitoterápicos e a terapia combinada. A utilização de um tratamento medicamentoso para a HPB proporciona alívio eficaz dos sintomas com efeitos colaterais de menor intensidade, porém, esta eficácia não é comparada aos resultados obtidos com a ressecção transuretral da próstata, que ainda é considerado o tratamento padrão para esta patologia.
A HPB é uma doença progressiva, caracterizada principalmente pela deterioração dos sintomas do trato urinário inferior ao longo do tempo e, em alguns pacientes, pela ocorrência de desfechos graves como a retenção urinária aguda e a necessidade de cirurgia para a HPB.
Os objetivos do tratamento clínico não são apenas aliviar o desconforto dos sintomas urinários, mas também identificar os pacientes de risco para um desfecho desfavorável, otimizando seu tratamento.
Bloqueadores alfa-1-adrenérgicos
Recomenda-se o uso de bloqueadores alfa-1-adrenérgicos como uma opção segura e eficaz para os pacientes com HPB. Essa indicação fundamenta-se no fato de que o aumento do tônus da musculatura lisa prostática, mediada por receptores alfa-1-adrenérgicos, abundantes na musculatura lisa da próstata e bexiga, seria um dos fatores geradores do processo obstrutivo nestes pacientes.
A ação destas drogas também pode estar associada à promoção da apoptose nas células da musculatura lisa da próstata. Os antagonistas dos receptores a-1-adrenérgicos comercialmente disponíveis para o tratamento da HPB (terazosina, alfuzosina, doxazosina, tansulozina) inibem este processo e foram amplamente discutidos na literatura durante a última década.
A utilização de bloqueadores alfa-adrenérgicos no tratamento sintomático de pacientes com HPB reduziu de forma dramática o número de indicações para o tratamento cirúrgico no decorrer dos últimos anos, demonstrando sua efetividade no controle sintomático destes pacientes.
Todas as medicações alfa-bloqueadoras para o tratamento da HPB apresentam uma efetividade comparável no controle dos sintomas urinários, levando a uma redução média de 4 a 6 pontos no escore de sintomas da AUA e a um aumento do fluxo urinário (Qmax), com resultados significativamente superiores a utilização do placebo.
Inibidores da 5-alfa redutase
A utilização da finasterida, um inibidor da 5-alfa-redutase tipo 2, tem resultados comprovados no manejo de pacientes com HPB. Seus efeitos estão baseados na redução dos níveis séricos e intra-prostáticos da di-hidrotestosterona, porém não comparada à castração. A diminuição dos valores do PSA experimentados por estes pacientes é esperada em cerca de 50% do valor basal, após seis meses da utilização da medicação, e este fato deve ser considerado na detecção do câncer de próstata.
Os inibidores da 5-alfa-redutase atuam basicamente na redução do volume prostático, produzindo alívio dos sintomas obstrutivos; enquanto os bloqueadores alfa-adrenérgicos atuam sobre a musculatura lisa, principalmente do trato urinário inferior, produzindo alívio dos sintomas irritativos. É importante considerar que seus resultados na diminuição dos sintomas são inferiores aos bloqueadores alfa-adrenérgicos, sendo a sua utilização inapropriada em pacientes que não apresentem aumento significativo da próstata, com volume inferior a 40 – 50 cm3.
Os efeitos colaterais associados ao uso de inibidores da 5-alfa-redutase são basicamente sobre a esfera sexual, como impotência, redução da libido e disfunção ejaculatória, sendo reversíveis após a descontinuidade do tratamento e uso a longo prazo.
A dutasterida é um novo e promissor inibidor da 5-alfa-redutase tipo 1 e tipo 2. É bem tolerada, com efeitos aparentemente semelhantes à finasterida, quando comparamos os resultados na diminuição do volume prostático, diminuição dos sintomas, melhora do fluxo urinário e utilização na prevenção da progressão da HPB. Também apresenta redução semelhante dos níveis do PSA sérico após seis meses.
Um estudo da combinação da dutasterida e tansulozina está avaliando o seu efeito, em um período de 4 anos, em homens com risco elevado para progressão da HPB. Uma análise pré-planejada aos 2 anos mostrou que a melhora sintomática mantida foi maior para a combinação do que para qualquer um dos tratamentos com as drogas isolados.